Renato Borgheresi fala sobre bens de luxo para o mercado regional

O coordenador do curso de Marketing de Luxo da Espm acredita que projetos com foco em bens de alto valor, podem ser viáveis para a nossa economia, com tanto que se conheça a fundo os traços culturais do mercado consumidor. Renato explica que os consumidores de bens de luxo devem ser segmentados segundo critérios econômicos, sociais e psicológicos.

Os hábitos de consumo são variáveis de região para região, explica Renato, por isso é vital a utilização de métodos de pesquisa. “E pesquisa de natureza qualitativa e não quantitativa. O objetivo é desvendar o que leva o consumidor local a se comportar assim ou assado”, diz. Fatores como há quanto tempo as pessoas possuem dinheiro e como se tornaram ricos influenciam seus interesses de consumo.  

É importante também saber se esse público sente prazer em pagar altos preços em Belém, ou se ele prefere sair da cidade para comprar, porque viajar pra fazer compras é que dá a eles a sensação de consumir luxo de verdade. “Em cidades do interior de São Paulo existe expressivo número de pessoas com alto poder aquisitivo, mas que vão às grandes metrópoles para comprar, porque consumir no interior tem o estigma de brega”, conta Renato.  Há uma concentração de empresas de luxo no eixo Rio-São Paulo, onde ricos de todo o Brasil chegam cheios de disposição de mexer nos bolsos. 

Os bens de luxo são produtos e serviços de exigências muito particulares e sua gestão de mercado não se encaixa nas regras gerais do marketing para o consumo da massa. Segundo Renato, a mídia não é grande influenciadora desse público. Trata-se de uma categoria muito mais movida pela necessidade de socialização. “Uma boa estratégia é patrocinar formadores de opinião, personalidades regionais, com produtos da marca que se deseja fortalecer”, exemplifica. De acordo com Renato essas pessoas, em evidência, são grandes trunfos para fortalecer uma marca, por serem admiradas em seus estilos de vida.

Fundamental para o mercado de luxo é oferecer exclusividade. É necessário que se crie um mecanismo de compra que seja exótico e que a pessoa tenha a sensação de diferenciação. Um bom exemplo de produto no mercado de luxo que tem dado certo são as agências de viagens gastronômicas. O cliente viaja exclusivamente para comer o prato que escolheu. Isso é exclusivo, poucas pessoas terão o privilégio de contar sobre essa proeza, portanto, paga-se o preço que for. É luxo!

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